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A Cultura Woke e os jogos

  • graunapt
  • 13 de jun. de 2024
  • 2 min de leitura

Por Félix Rodrigues, estudante de História na PUC-SP e militante do Coletivo Graúna.


Assasin’s Creed é uma das franquias mais bem sucedidas do mundo dos games. Lançada em 2007, tem como primeiro protagonista Altaïr Ibn-La’Ahad, um homem árabe. Também temos Ratonhnhaké:ton ou, em seu nome colonizado, Connor Kenway, um nativo americano que quer se vingar de um ataque que homens brancos fizeram contra seu povo. Além dessas personagens, há muitas outras importantes que representam minorias.


Contudo, uma personagem em específico tem levantado uma discussão: Yasuke. Ele é um samurai negro que, diferente de todos os outros protagonistas, serviu a Oda Nobunaga, um poderoso senhor de terras durante o  Período Sengoku.


Apesar de Yasuke realmente ter existido, é primeira vez que um personagem recebe inúmeros ataques racistas e preconceituosos. Para qualquer um que jogue, é de comum conhecimento que o ambiente dos jogos sempre foi hostil e intolerante.


Depois de 2015 isso se intensificou por conta da chamada gamer Gate, uma campanha de misoginia em massa. Esse evento foi uma demonstração do quão profundo o preconceito estava dentro das comunidades virtuais. Após esse episódio, as empresas começaram a tentar lidar com essas questões.


Algo dessa magnitude só poderia ocorrer pela mobilização de inúmeras pessoas. Porém, se as empresas afastassem permanentemente esse “público”, elas poderiam perder margem de lucro. Assim, logo houve um recuo: as campanhas de marketing começaram a pôr os jogos como “aliados” das minorias, mas sem fazer nada para ir de fato contra as diversas comunidades preconceituosas.


No caso do personagem Yasuke, as “pseudojustificativas” para defender que ele não deveria estar no jogo são tão frágeis que o racismo se torna evidente. Um dos argumentos é de que não há fidelidade histórica, sendo que isso nunca foi uma questão para os games. No primeiro jogo, por exemplo, as datas de morte de algumas personagens foram alteradas para fazer sentido com a história que eles queriam passar. Outro argumento usado por aqueles que tentam justificar o injustificável é de que ter um protagonista negro apagaria os japoneses, sendo que existem duas personagens principais, sendo uma delas uma mulher japonesa. 


Por qualquer lado que analisarmos,  a única justificativa para as essas “críticas” é o preconceito e a inatividade da indústria dos jogos diante da disseminação do discurso de ódio entre seus consumidores!

 
 
 

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